Friday, November 27, 2015

sophie calle disse que ela mesma ia sei lá, confundir todo mundo?

numa palestra na uni de artes da california, sophie calle diz uma frase de efeito astrás da outra. mas é a partir do 1:11:44 que ela me deixa particularmente louca, quando começa a explicar a realização do filme no sex last night. aqui a aula inteira:




"i was in love with man that didn't love me. as usual. because this is what i like"

"he wanted to make movies and i wanted to marry him".

"i married him because i was in love, he married me because he thought i would add climax to the movie".



e aqui um trecho do filme:










ps: dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Thursday, November 26, 2015

minha amiga secreta é pilar del rio





"pra ver se solucionamos o que os 100% de homens estragaram"
HAHAHAHAHAHAHA
lacrou oclinhos escuros!

Monday, November 23, 2015

últimas vagas última semana


ainda tem 500 vagas pro nosso WS "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" e quem fizer as inscrições até o dia 30 de novembro ganha um bloquinho de anotações costuradinho à mão por esta que vos escreve. 


frente do bloquin da ingrid

verso do bloquin de todxs







Saturday, November 21, 2015

leia golgona anghel

recebi, junto com a edição portuguesa do livro novo de ricardo, duas bombas atômicas em casa.

a primeira delas, "vim porque me pagavam", é um livro da autora romena radicada em lisboa golgona anghel. golgona faz um uso loucão da língua portuguesa, criando umas imagens intensas, que misturam situações surreais com outras possíveis, quase clichês da vidinha adulta -  e esse jogo entre o improvável e o cotidiano provocam uma empatia imediata. a linguagem de golgona não é uma empoeirada, pelo contrário, e é alucinógena mas é fresca; é fresca mas é asmática; é feminina mas não é.

eu vou copiar aqui na íntegra meu poema preferido (hoje) do livro, mas já adianto que assim deixo de fora outras coisa talvez tão ou mais maravilhosas. recomendo MUITO MUITO MUITO o livro inteiro, que pode ser encomendado no site da editora mariposa azual.


Quando me chamaram, temia o pior,

porque eu sei que,
mesmo habitando a cidade dos imortais,
há um rio algures que nos devolve a mortalidade
e tenho pena
que me tenha calhado beber dessas águas
ainda que seja claro que,
até no melhor dos mundos possíveis,
é necessário atravessar a nado a onda
do deserto do Arizona,
sofrer de peste num fragmento de Boccaccio,
demorar séculos em todas as declinações do passado
para depois poder chegar ao fim da noite
como quem volta a casa.

Queria eu própria fantasiar esse regresso
mas só pode voltar quem já partiu
e eu continuo aqui
tão lenta como um processo de recurso,
embora contente por ainda conseguir ler estas palavras ao
contrário - é por isso que estão a rir? -
apesar de saber que talvez, sim, lhes falte alguma acção
embora já não me impressionem os estrondos
nem as odes.

Paro por isso, por um segundo.
Olho-vos de frente, outra vez,
e, sem poder regressar,
começo a contar as vítimas.


O meu corpo foi sempre um campo de batalha.
Passaram tantos soldados por aqui,
mas a revolução ficará sempre sem futuro.




(ATENÇÃO: TODOS OS GRIFOS SÃO MEUS!)

e uma vocalização de "no segundo caso", cujos versos finais me deixam especialmente macambúzia, mas que são tão lindos:




(um presente pra schneider)



Friday, November 20, 2015

your + 1

texto meu publicado pela primeira vez nas alemanha, com tradução do legendário manuel wetscher, vai pra gráfica semana que vem. a coletânea "Your + 1: some Berlin-based international writing" sai pela editora gully havoc e a impressão está sendo financiada através das pré-vendas do livro!

o projeto gráfico é de tobias faisst e sophie schiewe, com ilustrações de seb holl-trieu. a quem interessar possa, clica aqui.





tem as amiga ricardo domeneck,
william zeytonlian e érica zíngano, 
e muitos outros - como o maravilhoso black cracker. e eu 
na página 38, equivalente à minha idade.


Wednesday, November 18, 2015

mrs. dalloway disse #6



ru paul disse que ela ia dizer uma verdade do caralho atrás da outra!




dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Monday, November 16, 2015

vovó disse que ela mesma ia botar a calcinha na fuça

INTERROMPEMOS NOSSA PROGRAMAÇAO PRA GRITAR: FELIZ ANIVERSARIO VOVO ESCORPIANA MARAVILHOSA!

Saturday, November 14, 2015

o telefonema

o telefone não tocou o dia inteiro
hoje ninguém lembrou de mim

ainda estou no meu corpo e isso
é uma sorte mas às vezes já
foi azar hoje o telefone não tocou
o dia inteiro mas teve gente que
acordou e já não tinha mais
corpo algum um pangaré
nascido em minas hoje já
deve ter chegado em santo
espírito às terras capixabas e
atrás de portas que não se abriram
em paris há uma centena
de mortos tão-somente
corpos meu telefone não
tocou o dia inteiro mas o
de georg tocou e era eu

"você está vivo?" "não sei"
eu nunca liguei pra ninguém
pra perguntar isso além da
costumeira ligação "oi,
sumido" que a gente faz quando
tem vontade de transar e finge
que a pessoa morreu um pouquinho
porque sumiu e as fazemos
ressuscitar para que possam
nos comer (se tudo der certo)
georg não morreu meu deus
mas outros tantos sim e outros
tantos antes dele em outros lugares
cavalos também morreram e eu
só penso em georg o corpo de
georg está em paris georg
não morrer não significa
seguir vivo.

o filho de lígia morreu
no méxico faz uma semana
mataram um rio no brasil
meu telefone não tocou
o dia inteiro ninguém lembrou
de mim tenho vergonha de
ter escrito esse poema mas
mesmo assim vou publicá-lo
e outros morrerão e outros
não e meu telefone
às vezes tocará.

Friday, November 13, 2015

mrs. dalloway disse #5

jéssica disse que ela mesma ia ser musa inspiradora da amigadelaide
(na revista cesárea #3, de maio de 2015)






dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Wednesday, November 11, 2015

mrs. dalloway disse #4


adelaide disse que ela merma ia tirar um 
trabalho com 10 anos de vida da gaveta
só por causa desse WS (que aliás começa

daqui a um mês!)




dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Tuesday, November 10, 2015

mrs. dalloway disse #3

gena rowlands disse que ela mesma ia ser a maior atriz do mundo
(ai queria uma legenda menos histérica mas com gena não consigo)


dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Monday, November 09, 2015

Saturday, November 07, 2015

mrs. dalloway disse #2

svetlana alexiyevich disse que ela mesma ia falar de guerra
e que ela mesma ia ganhar o nobel






dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Thursday, November 05, 2015

mrs. dalloway disse #1

billie zangewa disse que ela mesma ia ser vênus
(the rebirth of the black venus, 2010)





dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Wednesday, November 04, 2015

medir com as próprias mãos o livro

a versão portuguesa do livro de ricardo domeneck, "medir com as próprias mãos a febre" (mariposa azual), já está nas minhas próprias mãos!!!!



aeeeeee



(ainda preciso escrever sobre o livro aqui - que é foda-, por enquanto vocês com essa linda foto do meu picumã assanhado).






ps: dias 11 e 12 de dezembro, eu e jéssica mangaba vamos promover um workshop em são paulo - "mrs. dalloway disse que ela mesma ia comprar as flores" - sobre representação e auto-representação do feminino nas artes contemporâneas. ainda algumas tem vagas e a gente tá interessado em todas as pessoas. para saber mais, clica aqui http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Tuesday, November 03, 2015

mrs. dalloway disse

tanta aconteceu nesse mês. PL 5069, #primeiroassedio, madonna e sean (haha). tem gente até chamando esses tempos de "primavera das mulheres". sei não. sou meio desconfiada com essas denominações de farmácia, mas néam. é nóis.



gloria steinem disse que ela mesma ia falar sobre aborto


enfim, por causa de tanta vida não falei mais do "workshop" que eu e jéssica vamos dar em são paulo dias 11 e 12 de dezembro e queria lembrar vocês e convidar vocês. ainda tem algumas vagas! vai ser muito lindo, eu acho. todo dia montando esse WS eu aprendo uma coisa nova, foda. eu fico tão emocionada hahahaha


para saber mais, ou para ajudar a gente na divulgação (hashtag eternamente gratas), clica aqui: http://mrsdallowaydisse.tumblr.com/

Monday, November 02, 2015

aquele dia, de anne sexton

Aquele dia

Essa é a mesa à qual me sento
e essa é a mesa onde te amo bem muito
essa diante de mim é a máquina de escrever, posta
onde ainda ontem estava posto teu corpo
com seus ombros curvados como os de um microscopista,
com sua língua de rei baixando decretos,
com sua língua de gato bebendo leite,
com sua língua – e nós dois enrolados nela, escorregadia.
Isso foi ontem, aquele dia.

Aquele foi o dia da tua língua,
tua língua que sai de teus lábios,
dois viajantes, metade animal, metade pássaro
enjaulados no teu átrio direito.
Aquele foi o dia que segui as regras do rei,
correndo pelas tuas veias, as vermelhas e as azuis,
descendo minhas mãos pela tua espinha dorsal, rápida como um
                           [paramédico,
até entre as tuas pernas, onde se apresenta tua sabedoria interior,
onde se escondem minas de diamantes, urgentes,
mais surpreendentes que cidades reconstruidas.
Em segundos está erguido, o monumento.
O sangue, ainda que líquido, faz a torre.
As pessoas deviam se juntar para admirar essa construção.
Já que por um milagre elas jogam confete e esperam em filas.
Certamente a imprensa aparecerá, em busca de uma manchete.
Certamente alguém estará na calçada segurando um cartaz.
Se constroem uma ponte, o prefeito não vai lá cortar a faixa?
Se em Belém nasce uma estrela, não aparecem reis com presentes?
Ontem foi o dia em que eu trouxe presentes para o teu presente
e vim de longe para te encontrar na calçada.
Isso foi ontem, aquele dia.

Aquele foi o dia do teu rosto,
tua cara depois de transar, no travesseiro: uma canção de ninar.
Meio dormindo ao meu lado, deixando aquele relógio velho parar,
nossa respiração virou uma, juntas viraram uma respiração infantil,
enquanto eu desenhava bolinhas nos teus olhos,
enquanto eu desenhava risinhos na tua boca,
enquanto eu desenhava TE AMO no teu peito, no coração batendo,
e cochichei “acorda!” e tu murmuraste qualquer coisa:
“sssssh estamos dirigindo até a praia. Atravessamos uma
ponte. Passamos pela orla”. Praia!
Então em teus sonhos eu te entendi e orei pelo dia
em que eu seria a terra e tu as raízes
e eu carregaria teu fruto, carregaria
a ti ou a teu fantasma na minha horta interior.
Ontem eu não queria me deixar levar
mas é só a máquina de escrever que está na minha frente
e ontem é onde o amor está.


"caraio"



That Day

This is the desk I sit at
and this is the desk where I love you too much
and this is the typewriter that sits before me
where yesterday only your body sat before me
with its shoulders gathered in like a Greek chorus,
with its tongue like a king making up rules as he goes,
with its tongue quite openly like a cat lapping milk,
with its tongue - both of us coiled in its slippery life.
That was yesterday, that day.

That was the day of your tongue,
your tongue that came from your lips,
two openers, half animals, half birds
caught in the doorway of your heart.
That was the day I followed the king's rules,
passing by your red veins and your blue veins,
my hands down the backbone, down quick like a firepole,
hands between legs where you display your inner knowledge,
where diamond mines are buried and come forth to bury,
come forth more sudden than some reconstructed city.
It is complete within seconds, that monument.
The blood runs underground yet brings forth a tower.
A multitude should gather for such an edifice.
For a miracle one stands in line and throws confetti.
Surely The Press is here looking for headlines.
Surely someone should carry a banner on the sidewalk.
If a bridge is constructed doesn't the mayor cut a ribbon?
If a phenomenon arrives shouldn't the Magi come bearing gifts?
Yesterday was the day I bore gifts for your gift
and came from the valley to meet you on the pavement.
That was yesterday, that day.

That was the day of your face,
your face after love, close to the pillow, a lullaby.
Half asleep beside me letting the old fashioned rocker stop,
our breath became one, became a child-breath together,
while my fingers drew little o's on your shut eyes,
while my fingers drew little smiles on your mouth,
while I drew I LOVE YOU on your chest and its drummer
and whispered, 'Wake up!' and you mumbled in your sleep,
'Sh. We're driving to Cape Cod. We're heading for the Bourne
Bridge. We're circling the Bourne Circle.' Bourne!
Then I knew you in your dream and prayed of our time
that I would be pierced and you would take root in me
and that I might bring forth your born, might bear
the you or the ghost of you in my little household.
Yesterday I did not want to be borrowed
but this is the typewriter that sits before me
and love is where yesterday is at.




eu gosto muito desse poema, sinto ele como sendo muito "meu", por isso tomei a ousadia de fazer uma tradução ainda mais traidora que as anteriores. traidora no sentido semântico das palavras, ignorando o 'significado' no original. 

anne gostava de umas pieguices (quem nunca?) das quais eu tento escapar (já falei isso antes, i know), se posso. sem mudar muito a ideia do poema, mas propondo novas imagens. por exemplo a forma metafórica que ela usa
heart que, na tradução, eu transformei literalmente no órgão que pulsa o sangue ("enjaulados no teu átrio direito"). é e não é a mesma coisa, mas funcionou bem, já que mais para frente ela fala de veias e depois, de sangue. 

é bonito ver que o traduzir é vivo e à medida que você avança versos afora, acaba voltando pra outros anteriores e depois seguindo em frente. por exemplo: exatamente por ter dado a heart um caráter fisiológico, acabei "des-traduzindo" o que antes tinha traduzido como "bombeiro" (quando ela fala "my hands down the backbone, down quick like a firepole") e passei para "paramédico" e voltei para a primeira estrofe para fazer de "Greek chorus" "microscopista" (tô ligada, não tem nada a ver).

outro motivo de eu ter especial respeito por esse poema é porque ela traça esse paralelo insolente entre vida e obra. sexo e trabalho.

para mim não está muito claro sobre quem exatamente ela fala nesse poema. algumas interpretações apontam para o marido de anne, kayo, e "aquele dia" seria um dia muito tempo atrás em que o casal casado era feliz. quando ela diz, no antepenúltimo verso, "Yesterday I did not want to be borrowed" seria uma alusão que ontem ela não queria ter transado com
o outro

outras análises dizem que o texto foi sobre algum dos vários amantes escritores que ela teve (que com anne também "compartilhariam" a escrivaninha).
 eu não sei. nem sei se importa muito, porque o sujeito do poema é menos o amante/marido e mais o ato mesmo de escrever o poema, ou onde se (ins)escreve o poema.

por fim, particularmente me move a homenagem que ela faz ao pau e à ereção. lindo demais.

Sunday, November 01, 2015

sobre uma foto no huffington post, em 01 de novembro de 2015



de que adianta esse pôster de madonna na
parede da cozinha indicando de qual lado
estou se na papua nova guiné continuam
linchando mulheres a quem chamam de bruxa
a papua pode até ser guiné mas nisso não
tem nada de nova e se for para queimar uma
mulher por bruxaria que queimem logo todas

de que adianta beyoncé avisando que vai sentar
o rabo na cara do boy e de que adianta eu me
inspirar nisso para fazer igual ou parecido se na
papua nova guiné sentam senhoras em telhas de
brasilit e com elas amordaçadas abrem nacos de
carne e sangue que na foto escorria pelas rugas da
telha pelas rugas das costas da mulher essa mulher
de cabelo curto e preto de costas na foto parecia a
minha mãe eu perdi o controle não consegui mais
almoçar e sei que não vou conseguir dormir mas

de que adianta minha insônia e meu jejum e esse
poema se na papua nova guiné não iriam entendê-lo
e mesmo a compreenãso dele não salvaria a vida da
mulher e mesmo no brasil onde se pode entendê-lo já
se sabe que poemas tal qual leis não mudam nada tudo
sobre isso já foi legislado e dito em todas as línguas
também em português mas meu deus

de que adiantaria meu silêncio?
de quem estaria meu silêncio a serviço?